16 de janeiro de 2009

Como a vida pode mudar...

3 meses. É o que resta de uma previsão. Uma previsão absurda e na qual eu não quero acreditar.

Sim, toda a gente morre. E então? Porque é que morrem as pessoas que sempre foram boas? Porque é que não são os serial killer a morrer em primeiro lugar? Porque é que os corruptos não deixam o mundo primeiro que as pessoas que são honestas? Porquê?

Sei que ninguém escolhe a hora para morrer. Se assim fosse, acredito que muita gente não ia querer morrer nunca. Tal como eu. Não aceito a morte. Nem sequer aceito o envelhecimento. Sinto que sou mais útil jovem, com força nas pernas para me deslocar, sem precisar de alguém que me ajude a dar os meus passos nesta vida que eu espero que seja longa.

Hoje dei-me conta de uma realidade que eu já sabia que conhecia, mas nunca tinha presenciado de tão perto. Vi muitas pessoas - centenas talvez - que sofrem, que lutam todos os dias contra a doença estúpida que é o cancro. Sim, é estúpida. É estúpida porque as pessoas mais velhas, na sua tenra idade de 60, 70, 80 anos, não têm qualidade de vida. Depois de terem estado 40 ou 50 anos a trabalhar, e na altura em que deviam de estar com um ritmo de vida minimamente lento, isto é, em descanso, vêem-se "obrigadas" a lutar contra algo que lhes tira tudo.

Revolta-me. Revolta-me o facto de ver tanta gente a sofrer - Crianças também!!! - e de nada ser possível. Como, num mundo que gira em torno do dinheiro, não há incentivo, ou até mesmo a disponibilização de uns quantos milhões, que eu acredito que devem dar mais jeito para a droga, ou para aquele carro topo de gama que leva um ministro qualquer ranhoso. Como é que é isto possível? Como é que um carro se pode comparar a uma vida humana? Isto, definitivamente, revolta-me.

Sim, posso admitir que tenho um medo horrendo de envelhecer, e mais medo tenho ainda de morrer. Não gosto sequer da ideia de ver tudo à minha volta a envelhecer, a morrer. Não gosto.

Prefiro morrer saudável, de velhice. Não quero passar os meus últimos minutos de vida acamada, ou num hospital.

As lágrimas correm. E eu não as penso parar. Não quero parar algo que demonstra a minha dor. Não quero deixar de mostrar o que sinto. Mas, no entanto, prefiro esconder-me no meu pequeno mundo. Não quero pensar sequer. Quero sentar-me e esperar que a morte venha. Não consigo aceitar que me vais deixar, que te estás a ir abaixo. Não quero sequer lembrar-me que quase choraste. Não disse tudo o que sinto. Apenas mostrei o melhor, porque sei que não precisas da minha revolta. Só precisas do meu apoio. Adoro-te!